O REGIME POLÍTICO DE JESUS CRISTO

O PARTIDO POLÍTICO DE JESUS CRISTO

Por que o povo judeu esperava um Messias político, libertador? Porque muitos anos antes da época evangélica de Jesus Cristo o povo judeu era escravo no Egito e Deus, por meio de Moisés, o livrou da escravidão e o levou à “terra prometida”. A maioria dos profetas do Velho Testamento descreveu esta mesma trajetória política. Moisés, assim como Davi, Abraão, Jacó, foram líderes que conduziram seu povo. Foram chefes políticos, que ajudaram a fundar e a estruturar a consciência judaica. Foram líderes de um povo, de uma nação. Então, o Messias que viria, na expectativa do povo judeus, seria um líder triunfante, um chefe, que conduziria seu povo à liberdade e derrotaria seus dominadores. 

O profeta Isaias, porém, havia descrito um Messias semelhante a Jesus Cristo, um Messias que sofreria por causa da ignorância dos homens do círculo cultural do senso comum. Um Messias destituído da “roupagem” do poder e do triunfo político. Isaias descrevera um Messias místico, tal como compreende o Cristão do Círculo Iniciático, atrelado as coisas de Deus e não às coisas de César.

Quando Jesus nasceu o cenário demandava um Messias político libertador, pois a Palestina estava sob o domínio do império romano. O povo judeu desejava ardentemente se libertar do Julgo de César. Muitas batalhas, muitas revoltas já haviam acontecido e iriam acontecer nesta província. Ansiosamente a palavra Messias era associada ao ideal de libertação das leis romanas.

Para Judas Iscariotes, para os membros do Sinédrio, para todo o povo Judeu, um Messias verdadeiro seria um Messias guerreiro que iria libertar seu país e se coroar seu rei.

Os judeus, do Círculo Cristão Cultural, seguiam Jesus, testemunhavam seus milagres e percebiam o seu sacerdócio, autoridade em Sua fala, por falta de discernimento iniciático, não tardaram a confundi-Lo com esse Messias guerreiro/estadista. Eles sabiam que Ele tinha poder e que iria libertá-los, assim como fizera Moisés. Para Judas e para os judeus, restava apenas saber quando Jesus Cristo iria assumir se investir na liderança do Seu povo e tomar o poder.

Mas isto Jesus Cristo não ousou fazer, porque a liberdade que queria era atrelada as coisas de Deus, definitiva, real, absoluta. Não era atrelada às coisas de César, coisas deste mundo, efêmeras, passageiras, ilusórias, etc. Assim, os Cristão do Círculo Cultural se decepcionaram e levaram Jesus injustamente à condenação fatal. 

Os Judeus do Círculo Cultural que se decepcionaram, não era revestido de propriedades iniciáticas, para poderem perceber o real propósito de Jesus Cristo. Ele não queria um Jesus atrelado as coisas de Deus, autônomo, que fosse Ele mesmo e que seguisse Seu Sagrado Caminho de provas e Iniciações. Eles queriam que Jesus fosse atrelado às coisas de César, que fizesse o que o povo esperava que fosse feito pelo “verdadeiro” Messias.

Entretanto, Jesus não se desviou do Seu caminho iniciático, não permitiu se tornar semelhante aos Césares, não permitiu que as coisas de Cesar lhe atraíssem, não deu chance ao orgulho, à vaidade e a sede de poder político temporal o dominassem. Ele não veio para ser servido ao estilo de Césares, mas sim como Ele mesmo disse: “Eu vim para servir. ”

Muitos dos Cristãos Culturais, desprovidos de propriedades iniciáticas, chegaram a acreditar que Jesus pudesse ser, ao estilo Moisés, o rei-libertador da pátria. Então este povão todo, esta multidão entra em êxtase no Domingo de Ramos, anterior à Páscoa, quando Jesus entra triunfante na Jerusalém Sagrada. O receberam de braços abertos, gritaram e idolatraram-No, etc. Porém estes milhares não queriam seguir o caminho iniciático do Cristo, não queriam as coisas de Deus.

Estes Cristãos do Círculo Cultural queriam que Jesus realizasse a vontade deles, que fosse criado um novo reino Judeu soberano, atrelado às coisas de César.  Porém Jesus os alertou que seu reino não era deste mundo, que o Caminho para se chegar a seu reino era o iniciático, que a partir dali estava instituído para todos os Cristãos iniciantes, em todos os tempos.

Jesus Cristo sabia que se Ele criasse um reino semelhantes ao de Césares, logo se corromperia e seria tão opressor como os outros. Assim, aprendemos através da sua história, palavras e exemplos a serem seguidos. Deste modo, Jesus Cristo se configurou num modelo a ser seguindo, sintetizado na lição de que a nossa real liberdade nunca virá via sistemas políticos convencionais, mas sim via caminho ciático.

Jesus pagou um preço alto por não ter sido político, por não ter feito o que os homens queriam. O fanatismo se transformou em raiva, em frieza do coração, nas pessoas do Círculo Cultural Cristão. Assim, apenas os seus discípulos mais próximos, o pessoal do Círculo Cristão Iniciático, os amigos mais chegados choraram sua morte. No demais a cidade assistiu o drama da crucificação entre indiferentes e hostis Cristãos Culturais.

Jesus possuía em sua doutrina alguma ideologia política? Ele era de centro, de direita ou de esquerda? Ele militou em algum partido político? Participou de algum sistema de governo, etc?

A doutrina cristã universal pronunciada por Jesus Cristo é voltada para o livramento de todas as coisas, para se libertar das coisas de César e ligar às coisas de Deus. É para que o cristão se liberte de tudo; e para libertar de tudo, não se pode identificar com nada. “Daí pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21).

Portanto, Jesus Cristo nunca militou em nenhum partido político e nem participou de nenhum sistema de governo e nem recomendou a algum de seus discípulos que participasse.

Jesus Cristo é do Holos, é do todo, não é do partido; pois partido é apenas uma parte do todo. Jesus fora condenado por rebeldia e subversão, por dois sistemas políticos – econômicos- sociais da época: um romano e outro judeu. O romano comandado pelos Césares e o judeu, pelo Sinédrio.

Se Jesus viesse hoje ao mundo, seria condenado da mesma forma pelo sistema político social vigente, sustentado pelo capitalismo, pelo socialismo e pelo capitalismo e pelo próprio cristianismo promiscuído que na realidade são 4 sistemas que fagocita a sociedade humana.

Jesus entendia os partidos políticos, os sistemas sociais convencionais vigentes do mundo, como sendo coisas de Césares. E considerava que as coisas de Césares não são de Deus. Mas, também ele sabia que as coisas de César não podiam ser descumpridas pelo cristão cidadão, enquanto pertencesse ao mundo do Círculo Cultural Cristão.

Quando o Sinédrio percebeu o potencial libertador de Jesus Cristo, de imediato colocou Judas Iscariotes em seu encalce, visando engajá-lo em sua causa principal, que era de se libertar do julgo   romano.

E na sua tarefa de convencimento à causa judaica, na época, Judas se tornou uma “mala sem alça”, ao tentar persuadir Jesus a lutar contra os romanos, para libertar os judeus. Num dado instante Jesus, ao responder ao convite de Judas, lhe pergunta: - Judas, quem domina o povo judeu, no momento? – Certamente são os romanos, respondeu Judas. – E se nós vencermos os romanos, quem serão os dominadores, perguntou-lhe Jesus? _- Certamente seremos nós, os judeus, respondeu-lhe Judas. - Concretamente, meu reino não é deste mundo, respondeu-lhe Jesus.

Então a lição que Jesus Cristo nos deixou é que a nossa libertação não vem pelo atrelamento ao sistema político vigente. Pois se constitui em coisa do mundo e não de Deus, de onde o seu Reino. Pelo contrário, vem se desatrelarmos dele, libertarmos dele, não identificarmos com ele, etc.

Se estamos identificados com um determinado partido é porque ideologicamente nos satisfaz e nossa ideologia, corresponde ao nosso perfil ideológico. E nosso perfil ideológico nos dá o modo de leitura do mundo. Como o nosso perfil ideológico é configurado sobre o ego, nos induz a fazer a leitura, assim como a abordagem de uma versão da verdade, segundo a nossa visão reducionista.

A verdade está no todo e nas partes só podemos encontrar versões desta. Então não dá para um indivíduo de um determinado partido político A ver a mesma versão da verdade que vê outro individuo do partido B de um determinado fato. Pois são de ideologias diferentes, tem visões diferentes, dadas pelo ego.

Só consegue enxergar a verdade de um fato na sua inteireza, pelo todo, levado pela luz da consciência, que não está identificado com uma das partes. Só pode ser Juiz, quem está neutro na questão. Quem está identificado com alguma das partes não consegue ser imparcial.

Se estamos identificados com um partido político, é porque ainda somos do Círculo Cristão Cultural e enquanto estivermos identificados, certamente aí ficamos, não migraremos para o Círculo Cristão Iniciático. Enquanto estivermos identificados, não avançaremos no trabalho iniciático, ficaremos estancados. Não nos libertaremos das coisas de César, não adentramos às coisas de Deus. Pois, se estamos identificados é porque não estamos nos autos observando e daí não estamos fazendo a morte mística dos nossos defeitos, para nascemos para os reais valores de cidadania, para as virtudes da alma.

Quanto mais nos identificarmos com um sistema político, mais distante ficaremos da libertação da roda do sansara, pois identificação e liberação se constituem em grandezas inversamente proporcionais. Quanto mais simpatizamos com um partido político, ou militamos nele, mais distantes ficaremos da verdade. Pois a identificação com as coisas de Cesar nos leva às coisas do mundo; e a não identificação com os partidos, com as coisas do mundo se relaciona diretamente com as coisas de Deus.

Jesus Cristo enunciou o seu conhecimento para dois círculos: Cultural e Iniciático. No Círculo Cultural Cristão estão todos os chamados por Jesus Cristo para a missa, para o culto, etc. No Círculo Cristão Iniciático estão os poucos escolhidos por Jesus Cristo, a partir do Círculo Cultural para as provas e iniciações

No Círculo Cristão Cultural estão os cristãos que entende as coisas ainda pela parte e não pelo todo. São aquelas pessoas que ainda não tem ouvido para ouvir e ne olhos para ver os grandes mistérios. No Círculo Cultural estão os cristãos que só conseguem ler o que está escrito nas linhas das escrituras. Não conseguem ler o que está nas entrelinhas. No Círculo cultural está o cristão que não consegue entender o significado de um símbolo sagrado, determinado por um significante.

Portanto, as questões políticas partidárias, ideológicas, a participação em sistemas convencionais de governos, etc., é são perfeitamente procedentes a um Cristão do Círculo Cultural. Porém estas coisas são incompatíveis, improcedentes para um Cristão do Círculo Iniciático, que já entende o que está escrito nas entrelinhas, que entendo o significado de um símbolo, etc.

Cabe a cada um de nós estudante e praticante de espiritualidade, se estivermos identificados com aspectos políticos partidários, auto observar atentamente a causa desta de identificação, para saber de onde ela vem e quais são as suas consequências. Devemos, de imediatos, ao perceber o menor detalhes desta identificação e trabalhar para a sua erradicação com a morte mística em marcha.

Tem muita gente por ai (os equivocadamente sinceros) entrando de "gaiato no navio" ao se constituir em apoiador de partidos, de candidatos de políticas partidárias, sem saber que o verdadeiro cristão jamais faria isto.

O pseudo cristão não conhece os princípios da real Doutrina Cristã Iniciática. Onde Jesus apresentou os reais postulados da salvação, para integração com Deus, para liberação de tudo isto que é de César.

Pela real Doutrina Cristã Iniciática, se meter em política partidária, por iniciativa própria, para prestar apoiamento a tal ou qual candidato, a tal ou qual partido, resulta totalmente incompatível com os reais ensinamentos de Jesus Cristo.

Voltar é necessário e cada cristão autêntico deve fazê-lo secreta e conscientemente. É o dar a César o que é de César. Mas render apoio a tal ou qual candidato, porque minha igreja, meu padre, meu pastor, etc., assim o fizeram equivocadamente, é entrar de “gaiato no navio”. Isto já não é mais dar a César o que é de César, é integrar-se a César, passar a ser de César e distanciar-se de Deus. E isto é totalmente incompatível com a Doutrina de Libertação do Divino Redentor da Humanidade.

Define-se capitalismo como sendo o sistema econômico que visa ao máximo lucro e ao predomínio da propriedade privada. O Capitalismo é um sistema em que predomina a propriedade privada e a busca constante pelo lucro e pela acumulação de capital, que se manifesta na forma de bens e dinheiro.

Define-se comunismo como sendo uma organização socioeconômica baseada na propriedade coletiva dos meios de produção

Define-se fascismo como sendo um regime autoritário criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma "aliança" ou "federação".

Define-se democracia como sendo o regime político em que a soberania é exercida pelo povo.

Há muita confusão pelas pessoas entre regime político e sistema econômico. Uns tem medo do comunismo, outros do fascismo e outros ainda do capitalismo.

Jesus Cristo fora julgado, condenado e morto por dois partidos políticos, taxado como rebelde e subversivo. De um lado estava os políticos dos judeus, representados pelo Conselho do Sinédrio e do outro lado, estava os césares de Roma.

Jesus nunca aderiu a nenhuma forma de governo, a nenhum regime político e a nenhum sistema econômico, pois o reino dele não era deste mundo, do mundo dos césares, era das coisas de Deus.

A doutrina jesuscristiana foi, é, e sempre será para libertar o ser humano das formas de governos, dos regimes políticos, dos sistemas econômicos, etc.

Pois para um Cristão Cultural se envolver com estas coisas de César(do mundo) é perfeitamente normal, pois ele não compreende os princípios ensinados por Jesus Cristo. Porém, para um Cristão Iniciático, que compreende em profundidade os ensinamentos do Divino Rabi, estas coisas são incompatíveis com a Doutrina Cristã Universal.

Marcos X Clarice “Que jóia de sabedoria para muitos de nós no momento presente, afetados de forma desapercebida pelo sistema de informação (mídia) que se se utiliza da técnica da manipulação e convencimento: " se estivermos identificados com aspectos políticos partidários, auto observar atentamente a causa desta de identificação, para saber de onde ela vem e quais são as suas consequências. Devemos, de imediatos, ao perceber o menor detalhes desta identificação e trabalhar para a sua erradicação com a morte mística em marcha."(Marcos X Clarice).